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2012 - Livro Vermelho 2013

Schultesia aptera Cham. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 09-03-2012

Criterio:

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécie é considerada comum e tem ampla distribuição. No entanto é necessario o monitoramento da espécie uma vez que, apesar de frequentemente encontradas nos locais de ocorrência, as subpopulações são pequenas e há incidência de ameças sobre a espécie.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Schultesia aptera Cham.;

Família: Gentianaceae

Sinônimos:

  • > Schultesia aptera var. multidentata ;
  • > Schultesia aptera var. aptera ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita por Chamisso na obra Linnaea 8: 9, em 1833, a espécie apresenta duas variedades para o Brasil. Seu nome está relacionado a morfologia do cálice, que posiciona a ala muito estreita, sendo considerada carenada. Está muito próxima de S. brachyptera, da qual difere pelo comprimento das folhas superiores, menores em S. aptera, assim como pela forma dos lobos da corola (Grisebach, 1833 apud Guimarães, 2002).

Dados populacionais

Guimarães (2002; com. pess.) menciona que apesar da espécie ser comum em sua área de ocorrência, as subpopulações são pequenas e escassas.

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo nos Estados de Mato Grosso, Goias, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais (Guimarães; Saavedra, 2012). Ocorre entre 1.000 e 1.100 m de altitude (Guimarães, 2002).

Ecologia

Planta anual de porte herbáceo, terrestre, heliófita; ocorre nas bordas de Campos Úmidos e desenvolve-se entre espécies da família Cyperaceae e Poaceae, em solos hidromórficos (como veredas dominadas por Mauritia flexuosa) associados ao domínio fitogeográfico Cerrado; registrada ainda às margens de florestas de galeria, brejos ou em locais temporariamente alagados (Guimarães, 2002; Guimarães; Saavedra, 2012). Registrada com flores e frutos entre os meses de dezembro e janeiro (Guimarães, 2002). São plantas terófitas. Desaparecem durante a estação seca, quando frutificam, formando um banco de sementes que rebrotam durante a estação chuvosa, quando os solos ficam encharcados e assim permitem seu desenvolvimento (Guimarães, com. pess.).

Ameaças

1.1.4 Livestock
Detalhes Enormes áreas são suprimidas para manter poucas cabeças de gado nos Cerrados do Brasil central. Metade das pastagens plantadas (cerca de250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada esustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas,invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1.1.5 Abandonment
Detalhes Grandes extensões de terras improdutivas e inapropriadas para a criação de animais se encontram abandonadas. Processos erosivos severos se estabelecem, a partir de um manejo deficiente do solo. Aproximadamente 45.000 km² do Cerradocorrespondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto aperda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação depastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e àcapacidade produtiva dos ecossistemas. (Kilnk; Machado, 2005).

1.1 Agriculture
Detalhes Extensas áreas de cultivo de soja são ampliadas todos os dias para atender a demande externa. Esse plantios representam, em média, uma perda de 25 ton/ha/ano de camada superficial do solo (Klink; Machado, 2005).

1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat)
Detalhes O amplo uso de gramíneas africanas para aformação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas eà capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os Cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneasafricanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura) (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação

1.2.2.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Vulnerável" (VU) em avaliação de risco de extinção empreendida para o Estado de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Referências

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

- GUIMARÃES, E.F.; CALIÓ, M.F.; SAAVEDRA, M.M. Gentianaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <(http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB000117)>. Acesso em: 02/03/2012.

- ELSIE FRANKLIN GUIMARÃES. Schultesia Mart. (Gentianaceae) - Revisão Taxônomica. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro, RJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Museu Nacional, 2002.

- GUIMARÃES, E.F. ET AL. Palinotaxonomia de espécies de Schultesia Mart. Gentianaceae Juss. Arquivos do Museu Nacional, v. 61, n. 3, p. 149-212, 2003.

- GUIMARÃES, E.F.; SAAVEDRA, M.M; COSTA; C.G. Frutos e sementes em Schultesia Mart. e Xestaea Griseb. (Gentianaceae). Acta Botanica Brasilica, v. 21, n. 2, p. 309-323, 2007.

- GUIMARÃES, E.F. Novos sinônimos para espécie de Schultesia Mart. e Xestaea Griseb. (Gentiananceae). Rodriguésia, v. 55, n. 85, p. 67-72, 2004.

- GUIMARÃES, E.F. Comunicação da especialista Elsie F. Guimarães, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro(RJ), para o analista Eduardo Fernandez, pesquisador do CNCFlora, 2012.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 147-155, 2005.

- BATISTA, J.A.N.; BIANCHETTI, L.B. Lista atualizada de Orchbidaceae do Distrito Federtal. Acta Botanica Brasilica, v. 17, n. 2, p. 183-201, 2003.

Como citar

CNCFlora. Schultesia aptera in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Schultesia aptera>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 09/03/2012 - 14:56:10